Guia de cafeterias: Brasília
O café especial vem roubando a cena na capital do Brasil. Isso porque em Brasília houve um crescimento expressivo de cafeterias focadas em cafés de qualidade. Da semente à xícara, a cidade é bem representada por gente entendida do assunto, seja nas cafeterias e microtorrefações, com baristas e mestres de torra qualificados, seja nos sítios e fazendas (sim, na própria cidade, há produção de café!), com uma produção bem cuidada, que vem ganhando força.
Reunimos aqui boas e belas, novas e veteranas cafeterias. Venha conferir mais um artigo do Guia de Cafeterias do PDG Brasil. Traga a xícara!
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AHA Cafés
O empreendimento, nascido em 2016, é uma microtorrefação por princípio. Em 2019, em sua terceira renovação, houve uma reformulação e mudança de nome da casa. Em dezembro, inauguraram a nova AHA Cafés, agora também como cafeteria no novo modelo de negócio, comandado por Hugo Makalé – conhecido apenas por Makalé – e pela Bebel.
A cafeteria carrega o propósito de usar cafés que acreditam respeitar a natureza e as pessoas envolvidas. Para isso, optaram por locais que trabalham com colheita manual, de grãos advindos das regiões do Caparaó, Bahia e Mogiana. Nesse propósito, inclui-se ainda a qualidade do grão para extração em métodos como Batch Brew ou The Gabi.
Para comer, é possível provar broa com ervas ou tapioca integral. Porém, é sucesso este vídeo do Instagram que mostra as fornadas fresquinhas de rolinhos de canela e pães de banana. Além das novidades, o carro-chefe da casa são os pacotinhos de 250 g, que variam entre 25 lotes diferentes. Destaque para o Floresta Negra, com notas marcantes de chocolate e acidez de cerejinha.
A empresa pode se gabar de realmente cuidar da semente à xícara, já que investe em projetos de cafés sustentáveis. Makalé conta que “o AHA hoje tem pequenas parcerias com alguns produtores, com investimentos, compras de mudas e até divisão do custo de plantio em agrofloresta. Temos aqui em Brasília dois produtores e estamos muito próximos do sítio Semente, localizado no Lago Oeste, que é realmente uma referência em agrofloresta brasileira”.

Café Clandestino
Localizada na Asa Norte, a cafeteria é um espaço descolado e agradável para se tomar um café cuidadosamente preparado. Surgiu em setembro de 2014, idealizado pelos sócios Liana David e Rodrigo Balduino. A casa se diferencia no cuidado com os preparos. Os grãos passam por uma curadoria, e os baristas e a equipe passam por treinamento especializado.
Com cafés de torrefações parceiras, como o AHA Cafés, Civitá Café, Studio Grão & Trentino Café Especiais, o Clandestino vende pacotinhos em grãos ou moídos na hora. Trabalham com três tipos de grãos, sendo um para espresso e dois para filtrado.
No cardápio, chama a atenção o biscoito de tapioca assado, recheado com queijo coalho e empanado com queijo parmesão. Tem também uma torrada de guacamole com bacon e ovo poché orgânico. Entre as opções de cafés, que tal provar a Experiência Espresso com Cachaça – tradicional espresso curto ao lado de um pequeno cálice de cachaça. Se você acha que uma gelada combina melhor com os salgados, a cafeteria oferece quatro rótulos da cerveja Entrequadras. Para finalizar, bolo de coco gelado com um cold brew.

Café das Orquídeas
Nascida em outubro de 2020, em meio à pandemia, a cafeteria localizada na 116 Sul tem um jardim compartilhado com um restaurante, que também é da proprietária e chef Keli Mayer. A obra, que teve origem de uma recuperação de área pública, se transformou num belíssimo orquidário com mais de 950 espécies de orquídeas, nascendo o Café das Orquídeas. O ambiente é pra lá de chique, e Mayer não economizou na personalização.
No cardápio, destaque para as preparações sem glúten, como o caldo de abóbora com gengibre. Para acompanhar aquele delicioso café – que pode ser servido coado na prensa francesa – peça deliciosas rabanadas.
Os grãos utilizados no preparo da bebida são provenientes da região de Matas de Minas, caso do catuaí vermelho, e das Montanhas do Espírito Santo, caso do Sartori 81; o primeiro leva notas sensoriais de nozes, açúcar mascavo e frutas vermelhas; já o outro, de rapadura e damasco. De quarta a sábado, conta com música ao vivo de artistas instrumentistas.

Ernesto Cafés Especiais
Sediado na Asa Sul desde julho de 2011, o negócio, de quatro sócios, é amplamente conhecido (e reconhecido) pelos brasilienses. “A Ernesto é uma das maiores e mais antigas cafeterias de cafés especiais da cidade; contamos com nossa própria padaria de pães artesanais, nossa própria microtorrefação e um cardápio diverso de itens majoritariamente produzidos aqui”, afirma Giordano Bomfim, um dos sócios-proprietários da cafeteria, que ganhou uma filial em 2018, na Asa Norte.
Eles comercializam pacotinhos em grãos e também moem na hora. Difícil não agradar os paladares, pois diversidade não falta. “Buscamos trabalhar com três perfis de cafés por aqui: equilibrados (buscando doçura e baixa acidez), complexos (com aromas mais frutados e florais) e exóticos (perfis sensoriais inusitados)”, explica Bomfim. O perfil dos equilibrados está entre os preferidos.
Com a microtorrefação recém-inaugurada, eles já trabalham com torra própria, mas continuam também com torras dos parceiros da cidade. Contam com um total de 11 lotes diferentes, recebidos de produtores da Mantiqueira, do Caparaó e da Chapada Diamantina. Para comer, os queridinhos da casa são a pamonha assada doce com queijo e o combinado da casa. Para degustar aquele bom café, a sugestão é o cappuccino da casa (clássico), ou a bebida que leva o nome da casa, Ernesto (espresso, sorvete, avelã, Ovomaltine e a borda da taça é coberta com Nutela e castanha de caju picada).

Quanto Café
Localizada na região central da cidade, próxima à Esplanada dos Ministérios, a pequena e bela cafeteria Quanto Café foi aberta em meados de 2018 por dois sócios-fundadores. Lina dos Santos comanda o café, a parte administrativa e a condução do negócio em geral; já Gustavo Pimentel é mestre de torras e barista da casa.
A casa é ao natural, com um deque de madeira sob árvores com vista livre. Todas as mesas ao ar livre são rodeadas por plantas, além de música ambiente.
Em setembro de 2021 inauguraram a própria microtorrefação. São sempre dois tipos de grãos disponíveis para venda a granel. Para consumo de coados – que podem ser na Hario V60 ou na Aeropress – utilizam os grãos do Caparaó e do Cerrado Mineiro. Os espressos são generosos, com volume de 40 ml e dupla extração (espresso duplo). A casa não serve grãos com mais de 40 dias de torra.
No cardápio, destaque para o Expresso Quanto – delicioso espresso com dupla extração, acompanhado de queijo artesanal da Canastra e mel. Para harmonizar, o drinque Seu Loko é um uísque double black com leite de amêndoas e temperinhos. Lina destaca que “os sanduíches são os queridinhos da casa, todos feitos com pães artesanais e de fermentação lenta, de produção própria”. O mais procurado é o Sanduíche da Malu – no pão de parmesão, maionese de alho, tomate, abacate e bacon crocante. O iogurte vegano também é campeão de vendas.

Vimos que, no quesito café, Brasília oferece o que há de melhor no melhor estilo “do grão à xícara”. Desde produtores, torrefadores até as cafeterias, o universo do café na cidade protagoniza um momento delicioso. Com diversas cafeterias, os coffee lovers podem marcar um encontro em casas que já são pontos de referência, ou mesmo apreciar a delícia de um bom café ao ar livre. A capital do Brasil entrega uma experiência completa na cena do café especial. Conte no nosso Instagram como foi conhecer algumas dessas excelentes cafeterias.
Créditos: Marcos Oliveira (AHA); Rodrigo Balduino (Café Clandestino); Keli Mayer (Café das Orquídeas); Giordano Bomfim (Ernesto e cappuccino).
PDG Brasil
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