Guia de cafeterias: Goiânia (GO)
Se você procura por lugares para tomar um café especial diferente, Goiânia é o seu lugar. A capital de Goiás abriga cafeterias com bons quitutes e ambientes bastante acolhedores, com presença da natureza e aconchego para prosear, ler, descansar, trabalhar e também, claro, para tomar bons cafés.
A já interessante veia cafeinada da cidade vai esquentar na próxima semana. Entre os dias 8 e 10 de abril acontece o Café Fest Cerrado – evento goiano focado em fortalecer a cena do café na região. O evento, que está em sua segunda edição, é direcionado aos profissionais e apaixonados por café, sendo excelente oportunidade para empresários do setor conhecerem mais sobre o tema, potencializar a venda de produtos e se conectar com o mercado. Serão realizadas palestras, talk shows, oficinas e cursos para diversos níveis de experiência, além de treinamento de barista, torrefação e degustação.

Para além das cafeterias do evento, o PDG Brasil fez uma seleção para você conhecer um pouco mais sobre a cena de cafés especiais na cidade. Lembrando que, se você conhece alguma cafeteria que não esteja aqui, pode sugerir lá no Instagram do PDG Brasil. Assim você ajuda a gente a garimpar esse universo fascinante das cafeterias do Brasil.
Você também pode gostar de ler Guia de cafeterias: Brasília (DF).

Café Cariño
A casa dispõe de mesas rústicas em sua área externa, em meio às árvores e diversas plantas, cascatinha com peixes, além dos pássaros que batem cartão todos os dias aproveitando o ambiente natural.
Localizada no setor Marista desde 2015, a cafeteria do barista e mestre de torra Artur Velludo e da chef confeiteira Cristiana Fiuza, é um refúgio para quem busca tomar um bom café e apreciar a natureza.
A dica quente do casal são duas bebidas geladas: a infusão gelada de hibisco com laranja e o cold brew – café extraído a frio num processo de gotejamento que dura de 10 a 12 horas. Além do tradicional espresso, há 12 métodos diferentes de extração. Para acompanhar os bebes, a sugestão é a torta Banoffee e o brownie, ambos artesanais.
Trabalham com pacotes de café em grãos, que podem ser moídos na hora para serem preparados no método que o cliente quiser. Sempre há duas opções de grãos com pontuação acima de 84 pontos, variando entre um mais cítrico e outro mais achocolatado, tentando assim agradar a todos os paladares.

Estação 14
Com arquitetura vintage, que remete às histórias das ferrovias, a cafeteria, localizada no shopping Cerrado, foi aberta em 2014. A casa ministra cursos e oficinas com frequência, com o intuito de compartilhar conhecimento com o consumidor que busca mais do que somente apreciar um bom café.
Entre as mesas no centro do ambiente e as outras próximas aos sofás, não confunda o tapete em curva com trilhos, pois este é só o caminho que liga o cliente ao balcão.
O proprietário e barista Pablo Campos informa que há uma preferência por gelados, porque a cidade é quente durante todo o ano. A bebida Vale do Rio é um café especial gelado preparado com sorvete italiano artesanal. Porém, disputando lado a lado a liderança, o Cappuccino Ferroviária de Goiânia é um feito com café espresso, leite vaporizado, essência de macadâmia e cacau 50%. Há também o coadinho da casa (no sistema Batch Brew), e nos métodos Koar, V-60, Aeropress e prensa francesa. A cafeteria dispõe de um moinho Mahlkonig EK43 considerado, atualmente, um dos melhores moinhos do mundo.
Para os lanchinhos, o croissant recheado com um creme de queijo da casa é uma boa pedida, e sua receita é secreta. Adoce o paladar com bolo de fubá com goiaba. Já o Toast Mathilde é uma opção para os veganos.
São parceiras no fornecimento dos grãos as microtorrefações Muy Café e King Café, e há a opção de levar o café moído na hora para casa. Também são vendidos na casa cafés etíopes, comercializados pela La Paloma Coffee Roasters. Os cafés são classificados em três categorias, sendo os confortáveis – baixa acidez, alta doçura e corpo consistente; cafés equilibrados – acidez agradável e persistente; e cafés complexos – acidez elevada, notas aromáticas delicadas e exóticas, como os florais ou com notas de especiarias.

Luiz Café
A casa nasceu em dezembro de 2015 no setor Oeste da cidade. A proprietária Renata Furtado idealizou uma casa que reunisse o café produzido na fazenda onde passava férias na infância com as receitas anotadas no velho caderninho de sua mãe. Para tanto, reuniu o filho Carlos, que se especializou como barista, e o outro filho Marcos, que ficou responsável pela comunicação e o atendimento.
O ambiente é literalmente um quintal, com cadeiras coloridas e outras em tom palha, com chão cimentado, plantas e objetos inusitados, como um filtro de barro antigo – “a melhor água filtrada”, segundo a avó da proprietária.
Parece um aspecto marcante entre as cafeterias da cidade o sucesso que fazem as bebidas geladas à base de café. O cold brew produzido na casa é utilizado no preparo de todas as bebidas geladas, além de poder ser consumido puro. O mais pedido é o Café Cozumel – café, suco de limão, açúcar mascavo e água com gás. Para os clássicos, filtrados e espressos, os métodos de extração disponíveis são V60 e Aeropress.
Para acompanhar, o sanduba de pernil agridoce caiu no gosto dos goianienses – feito no pão francês rústico, pernil desfiado, geleia de goiabada apimentada, maionese caseira e saladinha. A opção doce fica por conta do Super Bolo de Chocolate, que leva recheio de brigadeiro acompanhado de caldinha de chocolate, para torná-lo mais molhadinho.
Embora não sejam também uma microtorrefação, a casa tem uma participação ativa na criação de perfil de torra de cada um dos grãos, em parceria com a Muy Café. A safra entregou três tipos de grãos, todos de sobrenome Heitor. O grão Mariana Heitor apresenta um perfil sensorial mais fechado, com doçura alta de caramelo, e finalização de amêndoas. Já os grãos Sheyla e Marcus Heitor passaram por um processo de fermentação controlada de 120 horas, resultando num café complexo e delicado, com leve nota floral, agradável doçura de mel e finalização de frutas amarelas.

Muy Café
A casa nasceu em agosto de 2019 no setor Nova Suíça. Porém, tudo começou quando, numa conversa de cafeteria, o sócio Márcio Santos resolveu se questionar sobre o café que tomava. “Por que essa torra excessiva e esse amargor?”, lembra. A descoberta de que a produção em larga escala ocasionava a venda de um café sem qualidade o motivou a se tornar especialista em torra de cafés especiais.
As conversas com baristas, torradores e produtores transformaram toda a curiosidade que tinha acerca do assunto em paixão, e fez surgir um propósito pessoal: mais e mais pessoas deveriam conhecer o café especial, toda a sua cadeia e a diferença que ele traz na xícara.
A Muy então surgiu com essa missão: é uma torrefação de portas abertas para todos que queiram conhecer o café especial, ou apaixonados que queiram se jogar na descoberta de novos sensoriais. A equipe está sempre disponível para um bate-papo, além de um barista para soltar rodadas de cafés, tanto para os clientes do atacado, como do varejo. Lá também é promovida a Muy Experience, um workshop de apresentação do café especial. Além disso, há um laboratório de cursos, testes, experiências e experimentos com café.

Para consumo local, são oferecidos espressos (máquina de grupo) e “quase todos” os métodos possíveis, de Aram a Origami. O cliente escolhe o método para experimentar sem custo do café na xícara. A venda é em pacotinhos de 250 g ou 1 kg.
A Muy se define como “100% torrefação”. E seu foco é oferecer cafés de todas as regiões produtoras do Brasil. “Somos exploradores de variedades, processos e peneiras diferentes.”
Em sua loja online há uma grande oferta de acessórios como filtros, chaleiras, moedores e uma boa variedade de grãos de café de qualidade.

Ópera Café
Inaugurada em outubro de 2018, a cafeteria localizada no setor Bueno, em frente ao TRT, oferece aos seus clientes vários espaços: mesas ao livre – com as paredes ajardinadas, vasos de plantas, flores e até uma bicicleta para compor o belo ambiente –, ou dentro da casa, onde há com mesas de madeira ou sofás, ar-condicionado, além das mesas no piso superior.
O empreendimento tem a assinatura de quatro sócios. Um deles, Romero Fonseca, é responsável pela torra do café, escolha dos grãos, além de ser barista.
Ao abrir o cardápio, note a variedade de métodos de extração, como V60, Chemex, Kalita, Koar, Clever, Arame, prensa francesa, Aeropress e Jirau – este último método foi desenvolvido pela barista Elaine Martins. Porém, o destaque por lá é o Cold Brew Caramelo. Na hora de aplacar pequenas fomes, o Waffle de Pão de Queijo é o salgado mais pedido e, entre os doces, prove a Torta de Café Ópera.
Fonseca afirma que o propósito do negócio consiste em oferecer aos clientes uma grande variedade de grãos, sendo entre 15 e 20 grãos diferentes na carta de cafés de torrefadoras parceiras. Há um ano iniciaram a própria torrefação, oferecendo agora 16 opções de café.
O cardápio online apresenta as opções de delivery, com retirada e entrega na mesa.

A capital de Goiás conta excelentes cafeterias e uma gama de microtorrefações jovens que fortalecem a oferta de cafés de qualidade na cidade. Mas visitar uma cafeteria vai além das expectativas de provar um bom café. E os goianos já perceberam isso. Seja em cafeterias, em microtorrefações com espaços para experiências cafeinadas ou em eventos de café, os apreciadores já têm a bebida como uma forma de se reconectar aos sabores, às pessoas e à cidade.
Créditos: Luana Castro; Marcos Araujo; Arquivo Ópera Café (ambiente); Divulgação Café Carino (ambiente e banoffee); Divulgação Estação 14 (barista).
Observação: Os Guias de Cafeterias são uma produção quinzenal do PDG Brasil, com sugestões de cafeterias de diversas cidades do país. Pela diversidade de opções, algumas cidades contam com mais de um roteiro. Sugira as suas preferidas em nossas redes sociais. Conheça os nossos outros guias e outros artigos sobre cafeterias aqui.
PDG Brasil
Quer ler mais artigos como este? Assine a nossa newsletter!